sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Estive pensando em contar,
anunciar ao jornal a coisa sobre a qual
nunca antes ninguém pensou,
e ninguém se lembrou de pensar.
Eu só pensei nessa coisa por ter esquecido de pensar
no que todo mundo queria poder pensar.

Na verdade, pensei melhor. Estive pensando a deixar essa coisa, que nem pensar ela pensa, e muito menos pensa em pensar, ficar lá de castigo, pensando se ela tá mesmo certa em não deixar os homens pensarem nela. Isto é, se ela pensasse.

Estive pensando que essa coisa que me fez pensar em não querer pensar em mais nada, acabou de fugir da minha cabeça, e finalmente me deixou pensando sobre como pensar nela de novo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Hoje é amanhã (ou nunca deixe seu filho perguntar sobre o tempo)

Um dia, há um tempo, minha mãe tava colocando eu e meu irmão pra dormir. Meu irmão, com uns 5 ou 6 anos ou algo assim, tava naquela fase de ficar perguntando sobre Tudo que Existe e Acontece no Planeta Terra (fora dele também). Eram umas 11 horas, ou 11 horas e 35 minutos ou algo assim, e não tínhamos aula no outro dia. A pergunta que meu irmão fez naquela hora me deixou encabulada até hoje e vai deixar até quando eu tiver 67 ou 68 anos (ou algo assim): Mãe, hoje é amanhã?

Eu reflito, reflito e reflito, e nao deixo de pensar no peso dessa pergunta. Afinal, o que diabos define onde um dia termina e outro começa? Ô assunto delicado, viu. E meu irmão achou esse tema ideal pra se perguntar antes de dormir. Bom, eu teria pesadelos pensando numa resposta decente, se fosse a minha mãe. Deveria ter uma lei para os filhos nunca perguntarem sobre tempo e afins pros pais. Isso pode fazê-los achar que seus pais são burros e que o mundo é cheio de coisas inexplicáveis, o que pode ser verdade, mas só às vezes. O dia acaba quando a gente dorme, e começa quando a gente acorda, por isso que a gente não pode dormir de tarde. Era o que eu teria respondido na hora. Mas hoje, minha cabeça encuca. Eu não consigo compreender a passagem de tempo, e é difícil achar quem compreenda.

Provavelmente o que eu teria dito tivesse sido mais útil do que a resposta que foi dada pela minha mãe. Enquanto eu encuquei com essa dúvida pro resto da minha vida, minha mãe simplesmente respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo: Filho, hoje é hoje, e amanhã é amanhã!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sobre certas coisas


Têm essas coisas que você tenta gostar e simplesmente não consegue. Um exemplo para mim é Sandman. Mesmo sendo bom, eu não consigo gostar, pelo menos não de verdade. O menino que me apresentou as histórias do Neil Gaiman achava aquilo muito especial. Então ele me emprestou. Eu li. Gostei de duas ou três histórias, mas não consegui enxergar o mesmo que aquele menino via.
Têm certas coisas que são boas até você experimentá-las. Coisas que são melhores na ideia. É como o trailer conseguir ser melhor do que o filme. Foi assim que eu descobri que as "coisas" não precisam das pessoas para serem bonitas. Elas só são. E é assim que Sandman sempre vai ser lindo e poético, mesmo se eu não conseguir enxergar isso.

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A primeira postagem sempre pode ser melhor.